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Líder, qual o seu papel na transformação?

Muitos profissionais chegam a uma posição de liderança por demonstrar
alto conhecimento técnico, capacidade de autogestão de suas entregas e a
atitude de se posicionar à frente de relevantes discussões no seu ambiente
de trabalho. Na prática, a formação da liderança ocorre à medida que somos
submetidos a um desafio de coordenar um grupo de pessoas para a
realização de um trabalho específico. Comumente, nos deparamos com a
seguinte afirmação: se um profissional está alcançando seu resultado,
batendo suas metas, podemos dizer que ele é bom líder? Vamos ver que
nem sempre isso é verdade e depende singularmente da forma como esse
resultado é alcançado e para isso vamos distinguir dois papéis ocupados
simultaneamente por pessoas nas organizações: o gestor e o líder de uma
equipe.

A principal função de um gestor é alcançar resultados, atingir metas,
garantir o fluxo do processo com a produtividade e a qualidade esperada,
promovendo aprendizado técnico capaz de direcionar as principais
questões e problemas a serem resolvidos por sua equipe na rotina. Diante
de um desafio, o gestor está preocupado com a execução e como fazer para
garantir a performance esperada. O gestor deve administrar os recursos, o
seu orçamento e a quantidade de pessoas preparadas para a manutenção
de uma certa ordem e consistência. E qual o papel do líder? Se partirmos da
premissa de que a liderança se trata de uma vida que influencia outra, aprender
a liderar implica menos em característica individual e mais na capacidade de construir relações eu- outro.

Nesse contexto, poderíamos dizer que o papel do líder está em criar visões inspiradoras, definindo metas que alinhem a organização na busca
de resultado e criando condições para que as pessoas possam agir com
autonomia. A verdadeira liderança alonga seu olhar lateralmente (visão
sistêmica) e longitudinalmente, pensando no longo prazo, questionando o
“o quê” e o “porquê”, transformando o status quo e desenvolvendo pessoas
para o futuro da organização.

Dessa forma, quando estamos mergulhados na gestão de um processo,
estamos pensando mais na entrega do resultado esperado ou na solução
de um problema no curto prazo, enquanto o exercício da liderança deve ter
uma agenda estratégica que antecipe o longo prazo, garantindo eficácia na
execução de mudanças.


A mudança organizacional geralmente está relacionada à forma como
alteramos processos que podem representar a criação de novos produtos e
soluções, o aumento de qualidade ou mesmo a redução de custo por meio
de novas tecnologias. O sucesso ou a velocidade de um processo de
transformação depende do nível de engajamento que as pessoas, os agentes
dos processos, terão ao longo da mudança. Geralmente, a maior
preocupação se passa com a comunicação clara para que as pessoas
possam perceber os benefícios pessoais que a mudança poderá gerar ou
mesmo administrar as resistências naturais ao processo – e para isso
usamos o conceito de promotores da mudança.

Enquanto o conhecimento técnico ou hard skills nos projeta a uma posição
de gestão, ser líder está mais relacionado aos soft skills (veja o artigo
“Competência: A Inteligência em Ação”, publicado aqui no blog) como
capacidade de se relacionar com equilíbrio emocional, de comunicar com
assertividade, de agir com reflexão e pensamento crítico, de negociar e de
criar times que sejam capazes de colaborar para o alcance de um propósito
comum estabelecido como centro da relação líder e liderado.
Qual é o seu propósito como líder? Essa questão traz um olhar central sobre
o autoconhecimento, sendo extremamente importante não só termos
clareza em relação ao que fazemos muito bem, mas também para as
oportunidades de desenvolvimento, onde necessitamos estar abertos para
aprender com o outro. O olhar para dentro nos permite dialogar com nossos
sonhos e também com nossos medos, gerando uma inquietude que nos
leva ao papel de protagonismo da nossa própria vida.

Liderar o outro não significa ter todas as respostas na caminhada, mas sim
conduzir o time para reflexão e aprendizado de qual é a melhor resposta ou
a melhor abordagem. Quando o time participa dessa construção, o
comprometimento com a decisão tomada é maior, sendo percebido por
maior engajamento na execução, permitindo assim realizar conquistas
maiores, fazendo o time vibrar junto em ciclos virtuosos de geração de valor.
Diante da necessidade de transformação do seu negócio, as pessoas que
tomam as decisões estão sendo mais gestores ou verdadeiros líderes?

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