Quando se busca identificar a causa raiz de um problema, sob o ponto de vista da gestão, é importante se perguntar: quais são as causas que impedem o alcance de uma determinada meta ou de um resultado desejado?

O resultado é mensurado por meio de um KPI ou indicador fim — o ponto de referência que mostra onde estamos e a meta estabelecida nos mostrará aonde queremos chegar. E, à medida que ele melhora, é sinal de que mais valor está sendo gerado para uma determinada operação.

Para atuar com consciência, propriedade e protagonismo na melhoria contínua, vale se perguntar se todos os fatores que afetam esse resultado são realmente conhecidos. Esses fatores estão diretamente ligados à visão sistêmica da empresa.

Por exemplo: a estruturação de processos permite enxergar, com clareza, a correlação entre as entregas, as conexões entre áreas, como cada área gera valor e como impacta as demais áreas ou como é impactada por elas. É interessante pensar que o valor gerado por uma empresa é a soma das decisões que as pessoas tomam hoje, no presente, com implicações muitas vezes no futuro.

A partir daí, surge o grande desafio: fazer tudo isso conversar, se integrar para gerar eficiência, cooperar.

Quando se desdobra a causa raiz de muitos problemas, é comum encontrar um ponto central: a comunicação.

Mas o que é comunicação? Vamos partir do princípio de que comunicação pode ser estruturada sob os princípios do diálogo. Então, em um compartilhamento de conceitos, alinhamentos ou ideias que sejam transmitidas para um grupo de pessoas é necessário criar uma escuta que nos permitirá compreender se a mensagem realmente alcançou esse público. Se não alcançar, se não for compreendida, dificilmente terá sido eficaz.

Por isso, fica o convite para refletir sobre a forma como nos comunicamos com o outro. É importante criar narrativas verdadeiras, potentes e coerentes, que avancem, mesmo diante da ambiguidade, na direção do que se quer construir e do que se acredita. Quanto mais essa narrativa estiver alinhada ao que é entregue no dia a dia, mais credibilidade e confiança se constroem — tanto na relação das equipes com seus líderes quanto na relação dos clientes, do mercado com a organização.

Desdobrar a estratégia até chegar à operação, com cada pessoa entendendo como o seu trabalho afeta o resultado, é um passo imprescindível para fortalecer a capacidade analítica das equipes. Isso ajuda cada indivíduo a compreender que é parte de um sistema maior (se posicionando com protagonismo e não à margem do sistema).

No fim, comunicação só acontece de fato quando é compreendida pelo outro. Compreender as narrativas é também ampliar nossa perspectiva — o ponto de vista — porque nem sempre o outro pensa como nós. A divergência de pensamento pode nos ajudar a compreender caminhos até então não pensados por nós. Ainda que o outro tenha um pensamento alinhado com o nosso, a forma como ele expressa é dele e, assim, a narrativa passa a ser dele e precisa consistir com a entrega e estar conectada à narrativa central da estratégia da organização.

À medida em que construímos confiança, a comunicação pode ficar mais leve, mais direta, mais eficaz. Isso pode fortalecer o senso de equipe, ampliando a capacidade de construção conjunta e encoraja a assumir riscos em equipe. Assumir riscos sozinho é ruim e as pessoas evitam; assumir riscos juntos pode facilitar pensar em soluções mais transformadoras.

Eu compreendo a importância e recomendo a auto escuta para, a partir da compreensão do impacto do que falamos ao outro, aprimorar continuamente a forma como comunicamos.

Como você percebe a sua comunicação? Ela está sendo eficaz? O que você pode fazer para verificar a compreensão da sua mensagem por quem a recebe?

Autor: Reinaldo Rachid
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