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Tomada de decisão com o uso da inteligência humana e da ciência de dados

Como a evolução da inteligência humana pode contribuir para tomada de decisão e acelerar o desenvolvimento pessoal e das organizações.

Pensamento crítico ou Capacidade de Reflexão Crítica é uma competência que impacta fortemente na tomada de decisão, dentro das organizações, sendo o seu desenvolvimento extremamente relevante para que, dirigentes, gestores de processos e líderes de equipes possam gerar valor em seus negócios.

A reflexão crítica é a capacidade do indivíduo, quando diante de uma tese ou da busca para a solução de um problema, de se manter atento às informações e dados que coleta ou recebe, analisar como impactam sua tese e reavaliar seu ponto de vista, se posicionando com curiosidade para ampliar a sua observação até obter a segurança para uma tomada de decisão. Contudo, esse processo pode parecer simples, mas apresenta muitos desafios para se colocar em prática. Agora, vamos entender cada passo para o desenvolvimento desta competência.

  1. Atenção aos dados
  2. O impacto na tese
  3. A tomada de decisão.

Atenção aos dados.

Para assegurar os resultados organizacionais sob sua responsabilidade, um gestor estabelece uma lista de indicadores para monitorar e lhe orientar na tomada de decisão. Com o aumento da capacidade de processamento (big data), inúmeras informações se tornam disponíveis, que impactam nas decisões tomadas. A primeira habilidade desta competência é a curiosidade em olhar com atenção e perceber as informações e dados relevantes.

Além dos dados programados, obtidos de uma operação que gerenciamos (indicadores de resultado ou de processo), diariamente muitas outras informações são compartilhadas conosco por outros indivíduos, seja por um colega de trabalho ou por um indivíduo externo à organização.

Portanto, para entender a importância de uma informação obtida por outras pessoas é preciso compreender a posição perspectiva do outro, compreendendo a motivação e o desejo que o outro tem para trazer essa informação até mim? De onde ele enxerga a situação ou o problema? Essa informação se conecta com outros posicionamentos percebidos anteriormente? Qual o conhecimento ou autoridade o outro tem sobre o assunto?

Para se obter respostas a essas perguntas, é preciso estar aberto para o diálogo. Isso representa querer se conectar e conhecer outras percepções que são diferentes da minha perspectiva. A reflexão crítica começa quando nos perguntamos, curiosamente: por que o outro pensa diferente de mim? Para isso, é preciso também exercitar outra habilidade desta competência que é a empatia.

A atenção plena aos detalhes é importante, porque muitas vezes os dados ou informações estão soltas e o piloto automático pode lhe dizer que elas não são relevantes, deixando-as passar despercebidas.

O impacto na tese

O dado ou a informação observada precisa ser avaliada quanto ao impacto na tese ou no problema a ser resolvido, sendo esta uma análise lógica e investigativa para determinar uma relação de causa e efeito, considerando as opções que podem ser diferentes de sua convicção. Nesta etapa, é preciso usar a sua inteligência e a capacidade cognitiva para a avaliação, mas alguns vieses que podem estar presentes e influenciar nesse processo.

Inconscientes, os vieses cognitivos são pré-julgamentos que influenciam o processamento de informações pelo cérebro. Funcionam como atalhos mentais que tornam o pensamento mais fácil e rápido, mas podem ser perigosos ao nos levarem a tomar decisões irracionais.

Novamente, é preciso ter curiosidade para investigar as causas de um problema e, além disso, se você percebe que algo está indo contra à tese defendida, é recomendado que amplie sua análise continuando a observação e a coleta de dados para aumentar sua amostragem e ampliar o nível de confiabilidade na informação.

Aqui, eu destaco uma outra habilidade desta competência que consiste em saber lidar com a diversidade e não se irritar com o que é diferente do que pensamos. A irritação ocorre quando você não se sente bem ao lidar com uma realidade diferente da sua, mesmo que ela não se transforme em hostilidade percebida pelo outro.

Para avaliar o impacto na tese é necessário sair do piloto automático sempre que se deparar com algo que é diferente do que se pensa. Significa estar aberto para o aprendizado ao longo da vida, quando muitas vezes o outro, que pode estar bem ao seu lado, pode ser capaz de ampliar o seu conhecimento sobre o assunto, mesmo que seja o aprendizado de como e porque ele pensa diferente de mim.

A tomada de decisão.

tomada de decisão

Realizada a avaliação e com a clareza que alguma decisão prévia (já estabelecida) não está levando ao resultado esperado, portanto, é preciso tomar uma nova decisão que poderá redirecionar parcialmente ou totalmente a decisão em vigor. Aqui eu destaco outra importante habilidade da competência reflexão crítica que é a capacidade de adaptação do indivíduo direcionada para a ação, também conhecida como plasticidade. É neste momento que se observa a entrega desta competência, quando o aprendizado por meio do pensamento se transforma na ação.

Sobretudo, diante da complexidade do ambiente de negócios e da necessidade de se movimentar cada vez mais rápido, as organizações têm investido na construção de ambientes colaborativos que visam fomentar a criatividade e garantir agilidade (na tomada de decisão e na execução das ações), onde a capacidade de reflexão crítica é colocada à prova.

Contudo, mesmo para uma simples dinâmica de brainstorming é importante compreender o que realmente significa a competência de pensamento crítico. Em grande parte das situações, ela é confundida pelo julgamento e é preciso ter clareza que, neste caso, você está expressando suas crenças e revelando mais sobre o que você acredita do que necessariamente contribuindo para o aprendizado (seja seu ou do outro).

No meu dia a dia, eu vejo líderes e gestores confundindo este conceito por construção de críticas ou “feedbacks” que representam apenas a expressão das suas convicções, sem necessariamente estar abertos ao aprendizado organizacional efetivo com o outro. Assim, em muitas situações você se surpreenderá com perspectivas ainda não exploradas e em outras você poderá perceber a necessidade de ensinar e treinar o outro, com segurança construída por meio de uma análise investigativa de fatos e dados. É nesta interação construtiva que se cria a oportunidade de gerar ideias e novos conhecimentos.

Conclusão

O desenvolvimento do pensamento crítico depende do comportamento do indivíduo e de como cultura organizacional estimula e permite a criação de situações e encontros (reuniões) onde o aprendizado, a liberdade de expressão, o diálogo e a colaboração possam existir, além das necessárias reuniões de controle e de acompanhamento de resultados.

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Reinaldo Rachid
Isabela Sobreira

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