Por Reinaldo Rachid
Vivemos tempos em que as oportunidades podem chegar como notificações: surgem, brilham por instantes e desaparecem. A velocidade dos ciclos de mudança é tamanha que ideias, projetos e até decisões importantes se apresentam e somem antes mesmo de serem plenamente compreendidas.
Muitos já perceberam que o volume de demandas aumentou, o ritmo das entregas se acelerou, a quantidade de informações acessadas cresceu — mas, junto com tudo isso, também aumentaram as distrações e as interrupções. Hoje, talvez seja mais honesto reconhecer: isso não é um ciclo. É o novo padrão.
Nesse cenário, a curiosidade e a atenção plena deixaram de ser virtudes desejáveis e passaram a ser competências críticas. São elas que nos permitem ver o que ainda não foi dito, perceber o que quase escapou, entender o que está mudando e, sobretudo, agir antes que passe.
Quando a gente quer mudar o patamar de um resultado, precisa fazer perguntas melhores. Precisamos olhar para verdades antigas com novos olhos. Precisamos investigar o que há por trás dos processos que já não funcionam como deveriam — e, mais importante, compreender como as pessoas interagem dentro deles.
Muitas vezes, não é a tecnologia ou o método que limita a evolução. São as forças que, disfarçadas de “competição saudável”, revelam rivalidades improdutivas, silos que impedem conexões e equipes que ainda não entenderam que o alcance de uma meta depende do sucesso de muitos.
Na RAIDHO Consultoria, nossa solução de design de processos parte de um princípio simples, mas poderoso: ninguém alcança uma meta sozinho. Quando um time entende isso de verdade, tudo muda. As conversas se aprofundam. O erro deixa de ser um julgamento e passa a ser um sinal de que o processo precisa melhorar. A busca por culpados cede lugar à busca por causas. E é aí que começa o verdadeiro movimento de transformação.
É nesse espaço de segurança que as ideias emergem. Que as perguntas vêm. Que as inquietações que antes paralisavam passam a ser compreendidas e esclarecidas. Que o brainstorming acontece de verdade — e gera aprendizado. Um aprende com o outro.
Se você não desacelera internamente, tudo passa. A oportunidade passa. A reflexão passa. O insight passa. E, com eles, o futuro desejado também.
Talvez a pergunta que a gente precise fazer agora não seja “como acelerar ainda mais?”, mas sim:
“O que estou deixando de perceber por não pausar e observar?”